Troca das Buzinas da Kansas 150, DAFRA, por Genéricas, Aproveitando o Acabamento Cromado - FAÇA VOCÊ MESMO
Uma motocicleta sem buzina é como um cachorro que não late. Fica muito difícil andar no trânsito das cidades sem buzina. Os motoristas e pedestres demoram para visualizar as motos, pela velocidade e agilidade que elas têm em proporção ao tamanho. Então o alerta sonoro é uma atitude preventiva e deve ser constantemente utilizado pelo motociclista. Deve sim tocar a buzina, fazer barulho ! E tem que ficar atento, pois às vezes a pessoa pode ser surda. Então pilotos : sempre andem com uma margem de segurança !
A motocicleta vai rodando e recebendo o atrito com o vento, a trepidação constante, as partículas de areia que são lançadas pelos outros veículos e principalmente a chuva molhando e enferrujando a buzina, chega uma hora que não funciona mais direito. Às vezes você toca e ela funciona, noutra em que você precisa muito e ela falha. Você sabe que é a buzina, no caso da Kansas as buzinas são duas, pois a motocicleta acende o farol normalmente, as setas estão funcionando, e dá a partida elétrica muito bem. Portanto, não é problema com a bateria, o que é melhor, basta comprar buzinas novas.
A DAFRA, no caso a Kansas 150 é uma super-moto, muito boa mesmo ! Já disse aqui que eu sou um tremendo "cupim de ferro", com mais horas em cima da moto do que urubu de vôo, e ela está andando e muito ! Mas, as peças são enjoadas para encontrar.
Tudo bem, comprei duas buzinas genéricas, aqui em Rio Bonito / RJ, a cidade das Formiguinhas amigas, por R$ 10,00 cada uma. Peguei uma ferramentinhas básicas, coisa simples.
Antes de mais nada, retirei os fios de contato da buzina ruim, para testar se a buzina genérica nova é boa mesmo.
Atenção : Para retirar esse fio, tem que puxar pela proteção de plástico, se puxar pelo fio pode desconectar e vai dar trabalho para refazer o conector. tem que fazer um pouquinho de força, ir balançando e puxando de um lado para o outro, até que ele sai. Se eu consegui, qualquer um consegue.
Coloquei a primeira buzina e testei : filé ! Grita muito !
Conectei a segunda buzina genérica, e ficou duplamente bom ! Tá ótimo !
Agora é partir para retirar as buzinas velhas. Verifiquei que precisa de uma chave de boca nº 10, para tirar uma porca que fixa a buzina no soquete.
Tirei a primeira buzina, girando a porca no sentido horário. Cuidado que tem uma anilha (arruela) que é importante para manter a porca apertada. Tira devagar e segura a arruela.
Tirei as duas Buzinas . Estavam bem sujas, foi preciso lavá-las com água e sabão. O que me interessa nelas é o acabamento (carenagem) cromado. O resto, vou guardar para um dia usar em alguma Gambiarra criativa.
Vou retirar as proteções, ou acabamentos cromados. Com uma chave de fenda tem que ir forcando nas presilhas, que são em número de seis. Vai devagar, forçando aos poucos, e faz movimento de alavanca com a chave para ir tirando a carenagem. Não sai apenas forçando a chave numa única presilha, tem que ir em todas elas, até que :
Pronto, a chave entrou toda, e tirei com facilidade o acabamento cromado.
De novo tem que lavar bem direitinho, com água, sabão e esfregando com uma escovinha. Deixar secar bem os acabamentos cromados (carenagem), antes de fixar nas buzinas genéricas.
E aí veio um famoso erro de projeto, ou falha no planejamento : a carenagem, ou acabamento cromado é maior do que o círculo da buzina genérica . E agora ?
Agora vamos partir para nosso poder da Arte da Gambierra : vamos fixar as carenagens nas buzinas, colando e prendendo com fixadores adaptados . Uma autêntica GAMBIARRA !
Peguei uma peça de plástico que veio na base de uma vassoura, comum (em vez de piaçava aquelas vassouras todas em plástico), essa peça que eu tinha guardado para alguma emergência, como essa que apareceu agora, é perfeita para o que queremos : um plástico polietileno de baixa densidade (PEBD) . Uma tesoura, cola veda-junta, talvez precisemos de esparadrapo. E só ! Vamos para a nossa Gambiarra !

Cortei doze paletinhas, pequenos feixes, com o plástico e coloquei nas canaletas das presilhas que seguram a carenagem na buzina. Cada acabamento de proteção tem 6 canaletas (reentrâncias). Para medir o comprimento de cada feixe (paletinha) tem que centralizar a carenagem de modo a ficar com a toda a circunferência em igual distância, em relação à circunferência (que é menor) da buzina. Quando perceber a centralização certa, coloca a cola veda-junta na parte de frente da buzina que encosta no acabamento cromado. Atenção, cola os acabamentos de maneira que as raias fiquem em paralelo com a horizontal para que fique tudo bem simétrico ao final da fixação na motocicleta.
As doze paletinhas fixadoras vão ficar com cerca de 1 cm de comprimento e 1,5 mm de largura. Corta uma como padrão e vai cortando as outras utilizando a paletinha padrão como gabarito.
Coloque as paletinhas e vai colando, com bastante cola, nos locais onde as paletinhas encostam na buzina.
Terminando de passar a cola veda-junta tem que deixar no sol secando. Deixa lá uns quinze minutos.
Agora você vai perceber que a buzina genérica possui uma placa soldada com dois orifícios para a fixação na motocicleta. Diferente das buzinas originais que tinham um parafuso fixo no corpo da buzina. Então, no final da fixação, uma buzina ficará com os conectores voltados para cima e a outra com os conectores voltados para baixo. Dei uma olhadinha e o comprimento do fio dos conectores vai alcançar, bem justo e forçando um pouco, mas vai dar.
E fixei as buzinas genéricas com os acabamentos cromados, mas à medida que eu vou apertando o parafuso a buzina da direita vai girando junto. Então resolvi tirar as buzinas, para pensar num jeito que deixará as buzinas mais unidas na mesma posição.
Peguei a cola veda-junta e passei nas placas de fixação das duas buzinas e uni; e deixei secando. Lavei os dedos e voltei ao trabalho.
Pronto, agora as duas buzinas estão unidas, e quando eu apertar o parafuso é que a cola vai fixar bem melhor. Feito isso, depois de as buzinas estarem apertadas no lugar, basta conectar as duas.
Ficou bom, a cola embaixo do cromado não se percebe, e a cola nas paletinhas fixadoras está atrás, escondida, ninguém vê. O conector que ficou de cabeça para baixo também não é notado. O importante é que ficou com as mesma aparência das buzinas originas, com o acabamento cromado e buzinando bem alto !
O odômetro está marcando 55.232 Km e vou reparar se as carenagens cromadas irão se soltar ou cair. Tenho certeza que isso vai durar muito tempo, o tempo de vida das buzinas até a próxima troca (mais de uma ano). Daqui há um ano eu volto sobre esse assunto, aqui no blog, para dizer se as carenagens ainda estarão lá. Boas Gambiarras a todos !